quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Cireneu

Quem recolha as crostas dos anos sidos
quando uma alta e breve mão comprime
mi'a carranca vítrea, não tenho. Amigos?
Não há quem me venha adivinhar os crimes

almejados dentre a leva humana quando
à putrefacta chama vem arder-me o eterno.
Quem, como eu, se entregue entre coxas n'antros
de moçoilas vãs, por amor sincero,

através da bruma, quando a noite cessa
em xilocaína ou vias de unha às costas...
Quero! Clamo! Espero um cireneu: espessa
fíbula que sustenha a Alma decomposta!

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